O motim na nau capitânea
Pirata que era gente de atitude. Subia todo mundo naqueles navios mequetrefes, um bando de marmanjo barbudo marrento, e ficava lá no meio do mar esperando pra roubar a carga de ouro que o português roubava do índio em troca de espelho. Pirata tinha regra, tinha discplina, tinha democracia. Perdeu o olho na batalha, pois ganha-se num punhado a mais de vinténs por isso. Não lavou o convés direito? Pois que vá pra casa do caráleo - e antes que você pense que eu não ganhei educação nesta vida bandida, a casa do caráleo é aquela cestinha no topo do mastro mais alto, onde um cabra fica lá com a luneta noite e dia balangando em busca de qualquer coisa nesse marzão. Quase sempre o eleito pra ficar ali, ele e a luneta, era um pirata castigado por preguiça ou qualquer outro delito leve. Mas a piratada às vezes achava que tinha que virar o landau pra direita enquanto o capitão queria virar à esquerda. E quando isso acontecia e passava do baixo nível de tolerância da rapazeada a bordo, rolava o mo