Resenha tosca de cinema pulgeira: Jeff Dahmer, o canibal

 E vamos pra mais uma resenha cinematografica, digo, cinéfila, deste acéfalo que vocifera.


Não posso deixar de pedir que me perdoem o trocadilho, mas durante este final de semana, devorei Jeffrey Dahmer e sua maluca trajetória nesta terra que há de nos comer.


Trocando em miúdos (sic), Dahmer foi mais um serial killer da bizarra safra de pessoas que floresceram entre os anos 60 e 80. Mas ao contrário dos killers tradicionais, Dahmer tinha umas doideiras bem particulares, ente elas, comer as vítimas. Comer no sentido de manjar, papar, degustar.


Aliás, doideira pra nossa cultura de hoje. Pois em outros momentos e em outras culturas, esse papo de papar a rapazeada era bem do normal mesmo. Roda o dico da Xuxa ao contrário e volta no tempo comigo:


Aqui mesmo, nesse Brasil varonil mundão véio sem fronteira, o português chegou e achou que ia ser uma barbada levar índio no fio do bigode e trocar ouro por espelhinho. Só que enquanto o português ia com a farinha, o índio já voltava com ele dentro de um bolo. Isso mesmo, nosso país era recheado de índios canibais.


Não só canibais, como também sádicos. Vem comigo nessa historinha pra boi dormir que embalou o sono enterno dos incautos lá nos idos de 1500.


Índio capturava português, capturava pirata francês, capturava holandês voador, tudo aqui bem no nosso quintal, de Floripa ao Ridijanero, pra ser mais específico.. Tupinambá deixava rapazeada presinha na cela ao ar livre, com mandioca pra saborear e até india pra comer (no sentido figurado mesmo, acredite). E quando a índia engravidava, esperavam o filhote nascer e ia todo mundo pra panela. Forasteiro ao molho de forasteirinho.


Leia Hans Staden. Ou não.


Voltemos aos tempos atuais, onde aprendemos a não comer o lanche do coleguinha. E nem o coleguinha.


Eu já conhecia a história do rapaz Jeff Dahmer graças a um documentário muito louco que, no melhor estilo Datena, apresenta um sem-número de serial killers, incluindo o Jeff. Procure por DEMENTES, da Discovery e borre as calças só com a música da abertura.


Neste momento eu me lembro que nos anos 90 tinha uma banda chamada Green Jelly, e o álbum de lançamento da banda chamava CEREAL KILLER. Genial!


Acho que tenho algum problema. Tá difícil manter o foco. Se tiver alguma coisa errada comigo, eu quero um documentário na Netflix, hein! Cobrem por mim.


O fato é que o documentário da Netflix é muito, mas muito bem feito. Conta a história sem dó nem piedade, sem cuidado e sem pedir licença.


Dá nomes e faces aos parentes e às vítimas. Um lado que poucas vezes é mostrado nesses documentários.


Outro ponto que, este sim, é sempre ignorado, é o do pai do Jeffrey. Sr. Dahmer tentou, tardiamente, fazer um bom papel de pai. E eu acho que fez, mas tarde. Fica a dúvida no ar: será que o garoto Jeffrey faria a lambança que fez se tivesse sido criado em outro ambiente?


A minha opinião é que sim. Sangue ruim é sangue ruim, meu irmão. Taí o Zé Pequeno querendo tomar as boca do Cenoura desde a barriga da mãe. Ninguém ia conseguir segurar-essa-barra-que-é-gostar-de-você por ele.


Outra questão muito bem abordada é a negligência da polícia em relação aos pobres, negros e gays. Além de tarempocosifudendo pro sofrimento alheio, os tiras ainda levam uma com a cara de quem tá lá se lascando. E se dão bem no final. A vida como ela é, darling. A lei é pra todos, baby. Pra todos os amigos de quem faz as leis.


Dedo na ferida com toda a delicadeza resume esse documentário. Parabéns Netflix. Vomitando no pé da família brasileira. E estrangeira.


Ponto alto: o ator Evan Peters é metade do documentário. Muito, muito bom. A mesma cara de louco do original, o mesmo ar de paspalho, tudo perfeito.

Ponto baixo: o documentário gasta muito tempo com a vizinha do Jeffrey. Ela chama a polícia. polícia não vai. Fica enchendo o saco da geral porque quer uma praça num terreno que não é dela: não consegue; e ainda fica vuduzando as famílias que só querem paz e sossego. Fala-se muito de uma pessoa que foi, no frigir dos ovos, irrelevante.


Sabe aquela expressão "acabou de chegar e já quer sentar na janelinha?". Pois é, foi a impressão que me deu.


Conselho do He-Man? Nada de comer o coleguinha, rapagão!


Conclusão: Tiozão aqui recomenda que prepare aquele lanchinho maneiro ANTES de começar a maratona. Abrir a geladeira durante pode remeter a sensações meio estranhas. 

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